1 INTRODUÇÃO
A situação econômica da comunidade é delicada, sendo o local habitado uma invasão de terras, as moradias são precárias e no local percebe-se que existe falta de instruções quanto hábitos de higiene e conservação do local habitado.
As crianças que freqüentam as atividades desenvolvidas são bastante participativas. Estas atividades acontecem geralmente na própria comunidade nas ruas em cima de uma lona que é estendida. As crianças se sentam e uma mala é colocada no meio da lona, dentro desta mala está o objeto representativo da atividade a ser desenvolvida no dia.
Os participantes realizam atividades de pinturas, ouvem estórias, participam de atividades lúdicas e de atividades fora da comunidade, como passeios a teatros, cinema, museus e parques.
O espaço físico geralmente é improvisado e os materiais utilizados são fornecidos pelos próprios integrantes da ADETEC/PR. A mesma é composta por uma pedagoga responsável e alguns voluntários que atuam auxiliando as atividades desenvolvidas.
2 OBJETIVOS
• Buscar a socialização através da dança folclórica italiana, fortalecer no indivíduo o respeito ao próximo e o cooperativismo.
• Trabalhar o autoconhecimento do corpo e o respeito ao mesmo.
• Incentivar a prática de atividade física para viver de forma saudável.
• Trabalhar através da dança folclórica italiana o desenvolvimento de habilidades corporais por mais simples que seja a coreografia.
• Usar o folclore italiano como forma de entretenimento e conhecimento de uma cultura diferente que, porém deixou heranças na sociedade atual.
• Mostrar que a cultura italiana está presente no cotidiano na gastronomia, na gramática entre outros.
• Comparar a realidade social vivida pelos italianos com a realidade social da comunidade.
• Questionar a importância da preservação do patrimônio cultural e social relacionando com a vivência de cada um referente a conservação das escolas, parques, teatros entre outros.
O conteúdo foi desenvolvido durante o período de intervenção trata da imigração italiana no Brasil e suas manifestações folclóricas através da dança. Pretendeu-se através deste conteúdo buscar a socialização através da dança folclórica italiana fortalecendo no indivíduo o respeito ao próximo e o cooperativismo.
É importante trabalhar o autoconhecimento do corpo e o respeito ao mesmo. Procurou-se incentivar a prática de atividade física para viver de forma saudável e trabalhar o desenvolvimento de habilidades corporais por mais simples que seja a coreografia.
Outro objetivo foi usar o folclore italiano como forma de entretenimento e conhecimento de uma cultura diferente que, porém deixou heranças na sociedade atual, mostrando que a cultura italiana está presente no cotidiano na gastronomia, na gramática entre outros.
Dentro deste projeto também foi possível comparar a realidade social vivida pelos italianos com a realidade social da comunidade. E por fim, questionar a importância da preservação do patrimônio cultural e social relacionando com a vivência de cada um referente a conservação das escolas, parques, teatros entre outros.
O projeto foi desenvolvido no período de 6 encontros que acontecerão aos sábados na parte da tarde, os participantes pintaram desenhos relacionados à Itália e ao Brasil, discutiram sobre a imigração italiana, assistiram a uma apresentação de dança folclórica italiana e ensaiaram duas coreografias para que sejam apresentadas no último encontro aos pais das crianças participantes, eles também deverão participar de uma encenação da chegada dos italianos no Brasil.
No dia do encerramento foi servida aos participantes do encontro uma refeição típica italiana e também houve a participação de um grupo de dança folclórica italiana a fim de abrilhantar o encerramento.
Os recursos pedagógicos utilizados foram: Rádio, CD com as danças a serem ensaiadas, trajes típicos do folclore italiano que serão cedidos pelo Grupo Folclórico Italiano Anima Dantis, cartazes representando a bandeira da Itália e a bandeira do Brasil, lápis de cor e giz de cera, tesouras, cola, fita adesiva,
3.1 PRIMEIRO ENCONTRO - 09/05/2009
O conteúdo trabalhado neste encontro tratou da imigração italiana, uma conversa na qual foi contada um pouco da história da imigração, como este povo chegou ao Brasil, as expectativas que tinham ao desembarcar aqui, o trabalho realizado por eles, o tipo de alimentação que possuíam, o tipo de manifestação cultural que expressavam. Também foram expostos dois cartazes simbolizando as bandeiras nacionais italiana e brasileira, cada participante receberá uma folha com o desenho de cada uma delas para colorir. Após realizar esta atividade os alunos assistiram a uma breve apresentação de dança folclórica italiana e ao final da apresentação todos os presentes que se sentiram a vontade participaram de uma dança de integração.
3.3 TERCEIRO ENCONTRO - 30/05/2009
Os próximos encontros foram destinados ao ensaio da coreografia La manfrina. Neste encontro foi possível através da observação perceber quais as crianças que possuem mais facilidade e ritmo de dança. Com esta percepção foi possível realizar um melhor trabalho de incentivo e auxílio aos que demonstrarem maior dificuldade.
Na continuidade, os ensaios se seguiram e se iniciou o processo de identificação dos participantes da apresentação a ser realizada no último encontro do projeto. Iniciaram os preparativos da apresentação, definindo o local a data e o horário do início das atividades.
3.7 SÉTIMO ENCONTRO - 21/06/2009
Data de encerramento do projeto, as crianças se prepararm e vestidas com o traje típico italiano. Os pais se dirigiram ao local indicado, logo após a apresentação foi servido almoço com prato típico italiano, estando convidados todos os participantes do evento para saborear
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4.1 O PEDAGOGO NO TRABALHO NÃO ESCOLAR
"A Animação Sócio-Cultural é um conjunto de práticas sociais que têm como finalidade estimular a iniciativa, bem como a participação das comunidades no processo do seu próprio desenvolvimento e na dinâmica global da vida sócio-política em que estão integrados." (UNESCO)
Contextualização histórica:
O aparecimento da animação sócio-cultural (ASC) esteve diretamente relacionado com a Revolução Industrial e com todas as transformações e mudanças que daí resultaram. As pessoas saíram do campo para a cidade para trabalharem nas fábricas, o que deu origem ao crescimento da população urbana e à desertificação rural provocando grandes alterações no sistema social e familiar.
Assim como a sociedade, a ciência evolui no sentido do desenvolvimento tecnológico e informático despoletando a necessidade de uma educação permanente para constante atualização de conhecimentos ao longo da vida. O incremento do tempo livre foi uma conquista da revolução industrial através do reconhecimento da sua importância e da sua inscrição enquanto direito do ser humano, e está diretamente ligada a ASC.
Acima de tudo, a rapidez com que se deram essas transformações e mudanças dificultaram a adaptação da sociedade às novas exigências, realidades e problemas, criando as condições necessárias para o aparecimento e implementação da ASC.
A ASC mune-se de metodologias participativas e ativas para promover a implicação responsável e livre dos indivíduos na comunidade onde se inserem, tornando-os protagonistas do seu próprio desenvolvimento.
Para melhor podermos compreender o sentido, a extensão e as possibilidades do conceito de ASC, optamos por apresentar as suas principais dimensões, referimo-nos à dimensão cultural, social e educativa.
Um dos conceitos fundamentais ligado ao discurso teórico da ASC é o de cultura, o que nos remete desde logo para a sua dimensão cultural. O conceito de cultura é extremamente rico e extravasa várias disciplinas e ciências apesar de até ao século XV a palavra cultura só se aplicar ao trabalho da terra.
Etimologicamente, cultura deriva do verbo latim "colere" que significa o ato de "cultivar a terra", como também o de "honrar, render culto, tributo, em especial aos deuses" (Ander-Egg, sd: 18). Ortega y Gasset citado por Ander-Egg (sd:15) defende que a vida é um conjunto de problemas essenciais a que o homem dá resposta através da cultura, ou seja, a cultura permite-nos encontrar resposta para os problemas da vida.
Como um problema pode ter diversas formas de resolução, podemos concluir que existem muitas culturas. Contudo, a idéia de cultura que interessa à ASC é extraída da antropologia cultural expressa na definição do antropólogo britânico Tyler (1871) citado por Quintas e Sanchez (1995: 14) e que define cultura como "aquele conjunto complexo que abarca os conhecimentos, as crenças, a arte, o direito, a moral, os costumes e os demais hábitos e aptidões que o homem adquire enquanto membro da sociedade". A cultura é tudo aquilo (conhecimentos, valores, tradições, costumes, etc.) que se transmite e adquire socialmente, ou seja, é fruto da própria vida social.
Mais do que perceber e situar o conceito de cultura é também necessário abordar o que a ASC faz ao nível da cultura, assim torna-se inevitável fazer referência a dois conceitos inerentes a esta questão: a democracia cultural e a democratização cultural.
Na democratização cultural pretende-se "elevar o nível cultural das massas" (Grosjean e Ingberg, 1980: 98 citados por Trilla, 1997: 17), supõe uma perspectiva elitista, reservada a uma minoria, já que a cultura é vista como um patrimônio que deve ser conservado e difundido, mas, cuja produção, fica a cargo de grupos restritos da sociedade.
A esta realidade Bassand (1992: 132-140) citado por Calvo (2002:39) apresenta uma terminologia diferente avançando com a idéia de "dinâmica cultural descendente", vista aqui como uma forma de dar a possibilidade aos que estão abaixo da escala social "os deserdados da cultura" este "suplemento de espírito" indispensável para o bom funcionamento da ordem social.
A ASC tem como função fazer circular todo o tipo de discurso cultural e gerar processos de participação de maneira mais ampla possível (Ander-Egg, 1999: 25). Já ao animador cabe fazer a mediação entre a arte e o público e facilitar a divulgação dos bens culturais.
A democracia cultural expressa uma orientação distinta, é uma forma de entender o trabalho cultural baseado nos princípios de participação e diversidade. Com a democracia cultural pretende-se assegurar a cada indivíduo os instrumentos necessários para que com liberdade, responsabilidade e autonomia se possam desenvolver culturalmente.
Existe uma participação cultural ativa das pessoas na produção e fruição dos bens culturais. Bassand (1992: 149) citado por Calvo (2002:40) identifica a democracia cultural como "a dinâmica cultural ascendente" em que os "os indivíduos não são simplesmente engrenagens que funcionam segundo os estímulos das hierarquias sociais" têm antes a capacidade "de criar modelos e práticas culturais que lhes são próprios".
Todavia, não se deverá exagerar nesta demarcação entre democracia e democratização cultural assim como refere Calvo (2002: 40), que também defende que a ASC e a difusão cultural não são duas formas de intervenção necessariamente opostas, mas sim complementares e que atuam ao nível cultural. Porém, torna-se pertinente assinalar as principais diferenças entre estas duas formas de intervenção.
A ASC tendo como principal preocupação os interesses e aspirações dos indivíduos, leva a cabo um conjunto de ações que potenciam o seu próprio desenvolvimento e contribuem para a sua autonomia a vários níveis (cultural, psicológico, social, afetivo e político), estando presente uma atitude antiautoritária, no sentido de provocar a participação ativa.
Na difusão cultural apela-se ao consumo cultural, o indivíduo é visto como um mero espectador e receptor da cultura, o que dá lugar à alienação e à passividade.
Não se pode deixar de referir que a ASC contribui para o desenvolvimento cultural da sociedade, entendido como "a promoção das condições institucionais favoráveis e das competências necessárias à criação de obras e saberes, sejam eles tratados de filosofia ou receitas culinárias, danças tradicionais ou música de vanguarda, conhecimentos políticos ou aptidões técnicas, artesanato ou domínio de línguas estrangeiras, exercícios desportivos ou assistência a espetáculos, pintura ou freqüência de museus" (Santos Silva, 1988: 30 citado por Banha et al 1994: 663).
Ligado ao desenvolvimento cultural está o conceito de tempo livre que surgiu em meados do século XX e tem a sua época de esplendor na atual sociedade pós-industrial. Os avanços tecnológicos e a modernização industrial permitiram a diminuição do tempo de trabalho e conseqüente aumento do tempo livre. Assim surge o conceito de ócio cultural que Lagrange (citado por Debesse e Mialaret, 1988:149) define como uma forma de "permitir às massas o acesso a grandes obras culturais, de estender ao povo a cultura existente, de que o povo elabore uma cultura nova".
O animador sociocultural assume uma importante função de mediador e facilitador das práticas culturais nos tempos livres, de forma a contribuir para o desenvolvimento cultural de um coletivo, grupo ou comunidade.
O fato da ASC se centrar num coletivo, grupo ou comunidade revela à partida a sua dimensão social.
Warburton (1998) citado por Calvo (2002: 21) alerta para o fato de em ASC o termo "comunidade" ser mais utilizado do que o conceito de "sociedade" porque, enquanto intervenção não afeta "toda a sociedade", mas sim grupos ou coletivo inseridos num contexto de uma "comunidade" específica, num território concreto. No fundo, é por desenvolver uma ação contextualizada e enraizada em âmbitos territoriais concretos que a ASC se diferencia de outras formas de atuação.
Ao analisarmos a gênese da ASC concluímos que estiveram presentes grandes remodelações estruturais em toda a sociedade provocadas pela revolução científica e técnica que se assistia com a industrialização, o que potenciou o risco de inadaptação face a tantas mudanças e transformações. A ASC surgiu para ajudar os indivíduos a adaptarem-se à comunidade e para prevenir e estar atenta a fenômenos de "sobreadaptação" que provocam a despersonalização, o conformismo, a alienação e a passividade.
A ASC trabalha no sentido do desenvolvimento comunitário incrementando "uma intervenção estruturada que permita às comunidades um maior controlo sobre as condições que afetam as suas próprias vidas. Trata-se, definitivamente, de um processo através do qual se pretende suscitar entre os membros da comunidade a participação nas tarefas da coletividade, na gestão dos seus próprios problemas e necessidades com o objetivo último de alcançar uma melhoria generalizada e global da qualidade de vida" (Fundação de Desenvolvimento Comunitário Britânico citado por Calvo, 2002: 23).
O que se pretende com a ASC é a transformação da comunidade a partir da dinamização, mobilização e implicação dos indivíduos para atingir o desenvolvimento dessa mesma comunidade.
A ASC atua para superar desigualdades sociais, dar liberdade à expressão dos mais desfavorecidos e dos excluídos, sendo que para isso o animador necessita de trabalhar com outros profissionais. Pretende também criar estratégias, planos de atuação, e metodologias operativas de intervenção, considerando-se assim a ASC como uma tecnologia social.
Segundo Úcar (1992: 109) citado por Trilla (1997: 177) a ASC como tecnologia social caracteriza-se por uma intervenção racional e sistematicamente planificada, resultado de um processo de reflexão sobre a realidade, que enquadra um contexto e opções ideológico-políticas vigentes e tenta responder eficazmente às necessidades e problemáticas concretas de um grupo social ou comunidade, através da articulação sistemática, num desenho tecnológico de conhecimentos científicos ministrados por diferentes ciências (psicologia, sociologia, comunicação, pedagogia, etc).
A ASC é uma estratégia de intervenção que, trabalhando por um determinado modelo de desenvolvimento comunitário, tem como finalidades ultimas promover a participação e dinamização social a partir dos processos de responsabilização dos indivíduos na gestão e direção dos seus próprios recursos (Trilla, 1997: 297).
Este desenvolvimento comunitário potencia o fortalecimento da sociedade civil através da aprendizagem da democracia que se realiza essencialmente ao nível associativo e da distribuição e repartição do poder econômico, social, educativo, cultural e político, favorecendo a igualdade de oportunidade para todos os elementos da comunidade.
Portanto, a ASC poderá ser vista como um "antídoto eficaz" contra as patologias de uma sociedade que resultam das rupturas comunicacionais, do alheamento individual, da perda de referências e de todas as garantias sociais que davam a segurança existencial ao indivíduo, atuando na tentativa de alcançar a organização da vida social e cultural, e particularmente durante o tempo livre, visto ser um momento privilegiado para a formação integral dos indivíduos.
É, portanto, inegável o fato de que a ASC insere na sua prática componentes educativos, tem uma dimensão educativa apesar de educação e ASC não serem "conceitos equiparáveis por terem extensões semânticas desproporcionalmente desiguais" Trilla (1993:115).
A educação está intimamente ligada ao processo de socialização (à transmissão de valores, normas, crenças e comportamentos) e de uma forma mais restrita "o termo educação designa todo ato ou ação intencional, sistemática e metódica que o educador realiza sobre o educando para favorecer o desenvolvimento das qualidades morais, intelectuais ou físicas que toda pessoa possui em estado potencial" (Ander-Egg, 1999:31).
O universo educativo pode ser dividido em três áreas: formal, não formal e informal. A educação formal remete-nos para a existência de um currículo, é uma atividade organizada e sistemática que acontece em instituições educativas formais (escolas, universidades); a educação não-formal é toda a atividade organizada, sistemática, que acontece fora do sistema formal; a educação informal é um processo educativo não organizado que decorre ao longo da vida da pessoa proveniente das influências educativas da vida diária e do meio ambiente (Quintas e Castaño, 1998: 99).
É habitual situar a ASC basicamente no sector não formal, mas assiste-se cada vez mais à permeabilização da fronteira entre estes três sectores educativos e, Trilla (1997: 28), defende mesmo que a ASC poderá colaborar nesta tarefa de interligação das várias dimensões da educação.
Atualmente, tendo em conta a evolução do próprio conceito de educação que antes era entendido e associado estritamente aos parâmetros escolares e formais, vários autores defendem o papel da ASC nas várias vertentes da educação. Se a ASC pretende alcançar o desenvolvimento de capacidades e atitudes de participação na vida social e cultural de uma sociedade através de uma intervenção estruturada, torna-se assim evidente o seu caráter formal. Trilla (1993 citado por Quintas e Sánchez, 1995:32) refere que apesar da inclusão da ASC no âmbito educativo não formal também "se projeta nos outros dois âmbitos que definem o universo educativo - educação formal e informal - pelos contextos em que atua e pelas atividade que promove".
Portanto, situar a ASC apenas no sector não formal torna-se algo redutor, pois os seus programas acontecem em contextos institucionais não formais (como universidades populares, centros de educação do tempo livre); em contextos educativos informais (como por exemplo, em espaços urbanos abertos) e também em contextos institucionais próprios da educação formal (como as escolas).
O próprio conceito de educação tem sofrido mutações, não é uma tarefa exclusiva da escola, significa muito mais do que simplesmente instruir e não existe uma idade própria ou específica para se ensinar. A educação enfrenta novos desafios e exigências, assume novas responsabilidades e tarefas.
Na perspectiva de Lengrand (1970:55-56) as novas responsabilidades da educação passam por: "favorecer o estabelecimento de estruturas e métodos que ajudem o ser humano, ao longo da sua existência, a prosseguir a aprendizagem e a formação; e equipar o indivíduo para que ele se torne o mais possível, o agente e o instrumento do seu próprio desenvolvimento graças às múltiplas modalidades do autodidatismo". Isto claramente direciona-nos para a ASC e também para a questão da educação permanente.
Segundo a UNESCO citado por Quintas e Sánchez (1995:32) a educação permanente engloba todos os processos educativos que afetam o ser humano; é um processo contínuo ao longo da vida. A educação deixa de ser reduzida ao contexto estritamente escolar, contribuindo de forma profunda para a evolução do conceito de educação, para a pluralidade e diversidade de abordagens e práticas educativas atuais.
A este nível a ASC assume a importante função de promover e garantir que este processo contínuo de educação se concretize, motivando os indivíduos e procurando superar atitudes de apatia e fatalismo em relação ao esforço para aprender durante toda a vida. Pretende-se criar condições para a igualdade de oportunidades no que se refere ao desenvolvimento pessoal, à criatividade e à expressão não competitiva, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do grupo.
4.2 A DANÇA ITALIANA NO CONTEXTO DO FOLCLORE
O folclore é um patrimônio cultural que deve ser preservado. É importante que a criança aprenda a respeitar e valorizar as manifestações culturais. No caso da dança folclórica ela apresenta ao publico toda uma tradição, pois cada gesto, coreografia, traje possui um significado muito maior do que o estético.
Mesmo que o componente do grupo não seja descendente da etnia pela qual ele dança ele é aceito, pois o folclore não seleciona ele é aberto a quem dele quiser desfrutar ele respeita a diversidade. É preciso que a memória do povo a sua identidade seja preservada.
A dança Folclórica é uma forma de dança social que se desenvolveu como parte dos costumes e tradições de um povo e são transmitidas de geração em geração. Muitas danças exigem pares, outras são executadas em roda, às vezes se colocam em fileiras. Embora as danças folclóricas sejam preservadas pela repetição , vão mudando com o tempo, mas os passos básicos e a música assemelhem-se ao estilo original.
Todos os países têm algum tipo de dança folclórica e a maioria pertence apenas a sua nação, como por exemplo: a tarantela, italiana, o drmes, croata ou o krakowiak, polonês e o frevo brasileiro. Algumas são executadas em ocasiões especiais, como a polca de Natal sueca, a hayivka, dança da Páscoa ucraniana, a hochzeitstanz, dança austríaca de casamento e o reisado brasileiro, que festeja a véspera do dia de Reis.
Segundo o site do Governo do Paraná o Paraná é um dos estados com a maior diversidade étnica do Brasil. São alemães, poloneses, ucranianos, italianos, japoneses, povos que ajudaram a construir o Paraná de hoje. As 28 etnias que colonizaram o Estado trouxeram na bagagem sua cultura, costumes e tradições. Os imigrantes chegaram com a promessa de encontrar a paz numa 'terra desconhecida, mas que prometia trabalho, terra, produção e tranqüilidade.
A colonização maciça só começou depois da proibição do tráfico de escravos, o que aumentou a procura de mão-de-obra para trabalhar nas fazendas de café, principalmente no Norte do Estado. Essa mão-de-obra assalariada passou a ser a melhor alternativa para o desenvolvimento da pecuária, até então era a principal cultura do Paraná, e das lavouras de café. Foi a partir de 1850, quando o Paraná deixou de ser província de São Paulo, que o Governo local iniciou uma campanha para atrair novos imigrantes. Entre 1853 e 1886 o Estado recebeu cerca de 20 mil imigrantes. Cada um dos povos que colonizaram o Paraná formaram colônias nas regiões do Estado.
Sem dúvida os italianos foram os que ocuparam o primeiro lugar nas imigrações brasileiras. No Paraná eles contribuíram muito trabalhando nas lavouras de café e, mais tarde, em outras culturas. A principal concentração desses imigrantes no Estado está na capital, Curitiba, em Morretes, no litoral, e nas cidades de Palmeira e Lapa, onde existiu a colônia anarquista de Santa Cecília.Os italianos contribuíram também na indústria e na formação de associações trabalhistas e culturais.
Folclore é o conjunto de atividades, de maneiras de sentir, pensar e agir da população de uma região. Abrange uma gama imensa de fatos que os estudiosos agrupam em pelo menos oito categorias diferentes: linguagem; música e dança; usos e costumes; crendices e religiosidade; artesanato; brinquedos; festas; e literatura.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Arte “A arte da dança faz parte das culturas humanas e sempre integrou o trabalho, as religiões e as atividades de lazer. Os povos sempre privilegiaram a dança, sendo esta um bem cultural e uma atividade inerente à natureza do homem.”
A dança como manifestação coletiva segundo o PCN envolve o reconhecimento e a exploração de espaço em duplas ou outros tipos de formação em grupo. A dança Folclórica permite a exploração da coletividade permitindo o estreitamento de laços entres as pessoas e o aprendizado da importância do cooperativismo para que exista harmonia nos movimentos.
O PCN de artes também aborda a dança como produto cultural e apreciação estética segundo o PCN a “Identificação e reconhecimento da dança e suas concepções estéticas nas diversas culturas considerando as criações regionais, nacionais e internacionais.”
Também é importante contextualizar a produção em Dança e compreensão desta como manifestação autêntica, sintetizadora e representante de determinada cultura, No caso do projeto da cultura italiana.
O PCN também defende a importância da pesquisa e freqüência junto dos grupos de dança, manifestações culturais e espetáculos em geral.
A Associação Inter-étnica do Paraná (AINTEPAR) promove e incentiva a área ligada aos Grupos Folclóricos do Paraná com a intenção de motivar a preservação das características culturais dos imigrantes que se estabeleceram no estado. O dia 22 de agosto é comemorado em todo o Brasil como o "DIA DO FOLCLORE". O Decreto Federal nº 56.747, de 17 de agosto de 1965 estabeleceu essa data comemorativa.
Desde 1961, ininterruptamente, a AINTEPAR realiza o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná, no Teatro Guaíra, apoiado pelo Governo do Estado e a Secretaria da Cultura. Este evento envolve os grupos folclóricos associados à AINTEPAR, representando 10 etnias, cerca de 30.000 espectadores e aproximadamente 1.500 pessoas envolvidas diretamente com os grupos que se apresentam.
A existência da AINTEPAR é muito importante para os grupos folclóricos do Paraná, graças a ela é possível dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos pelos grupos folclóricos e transmitir a população paranaense todo o esforço e dedicação de cada integrante que motivado pela força da cultura de sua etnia preferida apresenta os costumes do povo e perpetua suas tradições.
6 REFERÊNCIAS
Professora da Disciplina: Simone Paz de Melo.
Orientação na ADETEC/PR: Pedagoga Virginia Demogalski.
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